Morais usa vivência pessoal para respaldar ascensão de Lulinha

Lulinha saiu das categorias de base do Corinthians como grande promessa. Foi promovido no ano em que o clube caiu para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, não correspondeu à expectativa e passou a ser cobrado pela torcida alvinegra. Nesta temporada, seu nome esteve em pichações ofensivas nos muros do Parque São Jorge e em especulações sobre uma possível negociação com o Vasco. Apesar disso, baseado em sua própria vivência, o meia Morais aposta em uma ascensão do camisa 19.

Morais foi contratado do Vasco e estreou no Corinthians no dia 23 de agosto, quando entrou durante a partida contra o CRB. Depois disso, foi titular nas vitórias sobre Gama (5 a 0) e ABC (4 a 0). Em pouco tempo, o novo camisa 9 conseguiu se consolidar como um dos destaques da equipe paulista.

A carreira de Morais, porém, nem sempre teve tanta projeção positiva. O meia tornou-se profissional no mesmo Vasco, time em que fez grandes jogos, mas estava em baixa quando começou a negociar com o Corinthians - o contrato dele com o clube do Parque São Jorge tem duração até o dia 30 de junho de 2009. "Todo mundo saiu do time e eu fui ficando lá. Isso cria uma cobrança, e eu não estava feliz. Não tinha mais alegria para ir treinar, e acho que o Lulinha deveria sair se o caso dele fosse assim. Só acredito que não seja", disse o camisa 9 da equipe paulista.

A especulação de uma possível negociação de Lulinha com o Vasco surgiu quando o Corinthians foi atrás de Morais. Inicialmente, a equipe carioca pretendia utilizar o camisa 19 dos paulistas como parte do pagamento. Essa possibilidade teve respaldo de Douglas, meia do clube do Parque São Jorge, que disse que trocaria de clube se estivesse no lugar do companheiro.

Diferentemente de Douglas, Morais aposta na permanência - e na consolidação - de Lulinha no Corinthians: "Ele é um garoto de muita qualidade, mas subiu para o time profissional em um momento difícil. Ele teve de segurar uma barra com o rebaixamento, mas mostrou uma personalidade muito grande e não fugiu. A torcida cobra muito, persegue às vezes, mas ele está sempre trabalhando de cabeça erguida. Por isso e pelo potencial que ele tem, tenho certeza que a coisa vai mudar quando a poeira baixar".

A perspectiva de Morais é que Lulinha evolua nas próximas temporadas por dois motivos: o camisa 19 tem apenas 18 anos e o Corinthians ainda está na Série B do Campeonato Brasileiro. Se o clube conseguir ascender à elite nacional e o jogador angariar mais experiência, seu companheiro aposta em um crescimento individual.

"O Lulinha é um grande jogador, faz um papel importante taticamente, fecha o lado dele e se dedica muito para ajudar a equipe. O que ele precisa ter na cabeça é que nenhuma fase ruim dura para sempre. O clube está se esforçando para ter muita força no ano que vem, e isso pode ajudá-lo", observou Morais.