Com explosão na conta e irmã assessora, agente segura Lulinha

03/10/2008 18:43

"O salário dele passou de um grão de arroz para uma picanha", afirmou o satisfeito procurador Wagner Ribeiro

 

Sem muitas chances entre os titulares do Corinthians com a recuperação de Dentinho, Lulinha tem vida tranquila pelo menos nos bastidores. O meia-atacante segue agenciado pelo mesmo empresário que lhe conseguiu um aumento salarial, assim como uma multa rescisória no valor de US$ 50 milhões (quase R$ 103 milhões) em um contrato de cinco anos.

Wagner Ribeiro, procurador do jogador, despeja argumentos para provar que o cliente está satisfeito com o seu trabalho.

“Não falo em valores, mas o salário dele passou de um grão de arroz para uma picanha. Ainda consegui que ele ficasse com 30% dos seus direitos federativos. Falam que são meus, mas não. São dele. E as luvas, ele tem recebido mensalmente. Não fica nada comigo. Não ganho comissão por salário”, justificou.

Depois de perder Kaká e Robinho – oficialmente, ambos preferiram ter a carreira cuidada apenas pelos pais –, o empresário confia no projeto que montou para o corintiano. Divulgou-o como sensação do futebol brasileiro na Europa. O problema é que, em 2008, Lulinha já foi chamado de “mentira” pela torcida após o vice-campeonado da Copa do Brasil e acabou cotado até para ser emprestado a outro clube brasileiro. Nessa fase, o agente usa um emprego oferecido a irmã do jogador para dizer que sua relação continua inabalável.

“A irmã do Lulinha trabalha na assessoria de imprensa do meu escritório, com hora para entrar e sair, ganhando salário. O pai dele vai no escritório todo dia, e falo com o Lulinha sempre”, discursou Ribeiro, contando que a irmã do meia se irrita com as críticas ao camisa 17 do Corinthians. “Ela fica o dia todo ligando, brava”.

A aproximação da família Morais dos Reis, de Lulinha, foi a maneira que o agente encontrou para se manter como prestador de serviços de uma das principais promessas (que ainda não vingou) do Corinthians em 2007. Tudo começou com uma indicação de Nesi Curi. O ex-vice-presidente, que pediu exclusão do quadro de sócios do clube ao lado de Alberto Dualib após ameaça de expulsão, sugeriu ao pai de Lulinha que aceitasse Wagner Ribeiro como procurador do meia.

“Sempre me interessei pelo Lulinha. Ele foi o melhor jogador da base. Não só eu, mas cinco empresários o queriam, entre eles o Juan Figer. Fui falar com o Nesi Curi, e ele me contou que indicou o meu nome e o do Cláudio Guadagno para o pai do Lulinha. No dia seguinte, o pai dele me ligou, foi ao meu escritório, fizemos um projeto de carreira e ele já era meu jogador”, contou o agente, que defende o ex-dirigente corintiano. “Podem falar o que quiser do Nesi Curi, mas ele nunca fez nada de errado comigo.”

Fechado com o meia, o empresário passou a cavar lugar nos profissionais após Lulinha ter se destacado como artilheiro do Campeonato Sul-americano Sub-17. Esbarrou em Emerson Leão, técnico com quem já teve problema similar no ano anterior por Ilsinho no Palmeiras e, mais recentemente, com Tiago Luís no Santos. O argumento era uma proposta do Tottenham de 6 milhões de euros – se Lulinha não subisse, sairia do Timão até completar 18 anos e seguir para a Inglaterra.

Leão saiu, e o meia teve sua chance. Foi titular no time que caiu para a Segunda Divisão. Apesar do mau desempenho, conseguiu o aumento a peso de “picanha” em seus vencimentos mensais.

Fonte: Gazeta Esportiva

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